terça-feira, 6 de dezembro de 2011

O homem


      Este livro nos traz a história de Madalena, mais conhecida como Magdá, a filha do Conselheiro Pinto Marques, ela vivia com seu pai, sua tia Camila – uma velha carola, e Henrique – afilhado do conselheiro.
      Henrique e Magdá foram criados juntos e desde sempre haviam prometido ser um do outro, sendo assim combinaram que se casariam    logo que o rapaz se formasse. Pois bem, o tempo foi passando e aproximava-se o dia da formatura, o moço foi pedir a mão de Magdá ao conselheiro que fez uma revelação bombástica: Henrique e Magdá não podiam se casar porque eram irmãos.
      O rapaz ficou muito triste com a notícia, mas havia prometido que não revelaria este segredo a ninguém, deste modo disse à sua ''noiva'' que faria uma viagem à Europa. A moça notando a frieza com que seu amado lhe tratara, ficou muito abatida e caiu doente, de tal forma que seu pai viu-se na obrigação de lhe contar a verdade, esta aos prantos despediu-se de seu irmão.
      Desse dia em diante, o conselheiro passou a promover muitos bailes em sua casa, a procura de um noivo para sua filha, posto que Dr. Lobão – o médico da família, atentou para o fato de que se a jovem não arrumasse um marido logo, poderia enlouquecer.
    Em meio a tantas festas, veio uma notícia triste, Henrique havia morrido em Portugal vítima de uma doença nos brônquios. Desse dia em diante, Magdá sempre sonhava com seu irmão, porém não contava isso a ninguém.

     Os bailes tornaram-se mais frequentes, e a moça não se decidia por nenhum pretendente e então proclamou que não se casaria mais. Preocupado com a decisão da filha, o conselheiro levou-a para passar uns tempos na Europa e de lá – incentivada pela tia Camila – voltou ainda mais religiosa e convicta que se casaria somente com Jesus. Dr. Lobão aconselhou que se mudassem para o campo, um lugar onde não houvessem igrejas.
        Na nova casa, a donzela passava os dias divididos entre orações ou a olhar pela janela de seu quarto os trabalhadores de uma pedreira. A cada dia ficava mais rabugenta.
      Um dia resolveu ir lá no topo da pedreira e seu pai embora achasse aquela ideia estranha como não recusava nada a menina resolveu acompanhá-la, a subida foi difícil mas a descida parecia impossível. Diante daquela situação, um rapaz que lá trabalhava prontificou-se a ajudá-los e trouxe a moça no colo.
      Era um rapaz forte, musculoso e que estava nu da cintura para cima. Magdá parecia estar dormindo nos braços dele, mas quando foi colocada no chão demonstrou tremendo asco que deixou o moço sem reação.
       A partir de então, sonhava com ele todas noites e no dia seguinte sentia repugnância daquilo. Tia Camila morreu e foi contrataram Justina para cuidar da moça. Esta estava enlouquecendo, tinha ataques nervosos constantemente e agora ostentava uma aparência cadavérica.
     Justina tratava a enferma com enorme cuidado, dava-lhe toda a atenção e por vezes a ninava feito criança. Magdá fazia-lhe muitas perguntas e em meio a elas descobriu que a criada era irmã de Rosinha, a noiva de Luís – o rapaz da pedreira. Soube também que eles estavam de casamento marcado e só estavam esperando o presente do padrinho. 

    Durante esse tempo, a enferma continuava a sonhar com Luís, em seus delírios eles vivam numa ilha e trocavam juras de amor.
    O dia do casamento chegou e no cortiço onde moravam aconteceu a maior festa, que foi ouvida por Magdá pela janela de seu quarto. No dia seguinte, esta mandou chamar os noivos e prometeu presenteá-los.        A louca ofereceu-lhes vinho envenenado e findando a vida daquele jovem casal.
      A louca foi levada para o hospício, estava incontrolável, rugia feito uma fera e estava destinada a passar o resto de seus dias ali. Deixando do lado de fora seu pai a soluçar de tanto chorar.

Principais características da obra:


  • A obra tem um fim trágico. 
  • Notamos mais uma vez a presença do determinismo, pois a moça de tanto ouvir que acabaria enlouquecendo e sendo tratada como tal, faz jus àquele diagnóstico e termina no hospício. 
  • Trata-se uma obra naturalista, pois crítica a realidade corrompida da época, no âmbito de que se uma moça não casasse estava destinada a loucura. 

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